Que venha 2008
Vai, Ano Velho Afonso Romano de Sant'Anna vai, ano velho, vai de vez vai com tuas dívidas é dúvidas, vai, dobra a ex- quina da sorte, e no trinta e um, a meia noite, esgota o copo a culpa do que nem lembro e me cravou entre janeiro e dezembro. vai, leva tudo: destroços, ossos, fotos de presidentes, beijos de atrizes, enchentes, secas, suspiros, jornais. vade retrum, prá trás, leva pra escuridão quem me assaltou o carro, a casa e o coração. não quero te ver mais, só daqui a anos, nos anais, nas fotos do nunca-mais. vem, Ano Novo, vem veloz, vem em quadrias, aladas, antigas ou jatos de luz moderna, vem, paira, desce, habita em nós, vem como cavalhadas, folias, reisados, fitas multicolores, rabecas, vem com uva e mel desperta em nosso corpo a alegria, escancara a alma, a poesia, e por um instante, estanca o verso real, perverso e sacia em nós a fome - de Utopia. vem na areia da ampulheta com a semente que contivesse outra se- mente que contivesse ou- tra semente ou pérola na casa da o...