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Showing posts from 2024
  Ser leal Sabe quando uma frase cai nos seus olhos e você medita e reflete sobre aquilo que leu. Eu li hoje uma frase sobre lealdade. Dizia que a lealdade é a coisa mais atraente que existe. Os melhores momentos da vida passam por provas de lealdade e esta vem muitas vezes de quem menos esperamos. Nada mais acalantador de ter alguém em quem se possa confiar é o mesmo que saber que alguém tá seguro em sua mão, caminha ao seu lado e, aconteça o que acontecer, você tem essa pessoa pra contar na vida. Outro dia um amigo me mandou uma frase com um conteúdo que dizia que quanto mais verdadeira a pessoa é mais sozinha ela fica. Pura verdade, porque estamos acostumados, ao bajulamento, às romantizações e às mentiras. Estamos num mundo doente e ser verdadeiro (o que não implica ser grosseiro) afasta as pessoas porque elas simplesmente preferem se agarrar a ilusões doentias, presas em miasmas e fugindo de conflitos inerentes à sua condição humana. Ter saúde (em todos os aspe...
  A cor da minha tristeza   A minha tristeza de agora vai além da tristeza de Adélia Nem tem cor Não sente falta das ausências em si Como um dia cantou Drummond... Vivo a solidão dos verdadeiros E, faço muita questão, dos poucos tão presentes que me acarinham Faço questão de ter palavra Faço questão de agir conforme a palavra dita Nesse céu imenso de um novo mundo prestes a nascer Há de haver em algum canto uma dose de alegria Um dia... Nós os rejeitados faremos a nossa festa! Nós os incompreendidos faremos uma grande festa. E o que me acalanta é essa esperança. Esse paraíso. Esse lugar secreto. Onde a entrada estará garantida para apenas aqueles que têm coração.   Alyne Costa, 27/12/24
  Amor   Amo a transparência da minha alma E o perfume das minhas verdades Subo, degrau por degrau, a escada da minha existência Por mim zelo as horas e esse é meu refúgio Sou capaz de me abraçar e me amar em todos os momentos Com e apesar dos tormentos Amo a chuva que cai e me deleito Me presenteio de rendas e perfumes Me pinto, me bordo e me construo Meu afeto é o grande tesouro E zelo por todas que já fui E me transportaram até o presente Ninguém andou os meus passos Nem chorou as minhas lágrimas Nem me abrigou nos vendavais da minha existência Apenas eu e eu e eu Agradeço esse presente Essa chave que me abre as portas e as comportas da minha felicidade. Absurdamente, sou encantada e feliz.   Alyne Costa, 25/12/24  
  Fim de ano de todo ano   Todo fim de ano me visita uma aflição, muita angústia e um certo medo de não me conter em mim. Nessas horas luzidias em que tudo é tomado por um certo exagero, um desequilíbrio e um pouco de tristeza, por isso, me afasta e às vezes até pareço esquisita. É que gosto mesmo é de ver na dimensão do isolamento essas luzes que parecem enfeitar o céu. Gosto de estar à parte para me entregar às lembranças das coisas que não mais existem... Gosto de, na minha solidão, de mãe de um filho unigênito, reviver a saudade dos meus amores que já partiram e de um tempo que a minha inocência era sede de sabedoria. A solidão às vezes se faz necessária para que nos encontremos em nós mesmos e, arrumando as gavetas da alma, talvez brotes flor de esperança na contradança da vida que insiste a renascer a cada dia na forma de um sorriso novo e cheio de ternura como quem achou em alguma gaveta camisolinhas de menino pagão.   Alyne Costa, 23/12/24
  Desapego   Esse mundo entre o que podia ter sido e o que é É a forma avessa dos meus sonhos que me habita Nada levei Nada busquei além da total doação De todos os meus sentidos incontidos Talvez seja essa forma de amar ultrapassada que feito sapato já não me serve mais Resta apenas no cadeado uma dúvida: O que fazer com o que senti? Coração de gente é terra que ninguém passeia Coração de gente é feito labirinto na aldeia... Resta uma porta que não mais voltará a se abrir. Resta a pintura emoldurada do sentimento Que lancei numa plataforma de desapego.   Alyne Costa, 15.12.24
 Amor e Poesia Meu coração está apático Mas não se cansa de amar Amar com erros e recomeços Seja sem norte ou sem endereço Meu coração já não tem conserto Ama e nega Mente de danado Pulsa acelerado E irradia o corpo inteiro Finge que esquece e tropeça em medos irreais
 Há dias que deveria chover, mas não chove... Dias em que amanhecemos nublados... E que as ternuras apagadas pelas indelicadezas se escondem como brotos. Dias que devíamos nos dedicar a saudade, luto, lágrimas... Não podemos mudar ninguém. Somente lapidar nosso diamante interno porque o nosso amor é capaz de nos reconstruir sempre. E a gente tem dentro da gente uma força enorme que emerge face às injustiças do mundo. A gente muda de rota, troca de roupa, toma uma ducha, dá um mimo pro pet e segue feliz porque a nossa felicidade interior e a nossa capacidade de reconstruir permanecem intactas. Essa tal felicidade mora nas coisas mais simples do mundo, que passam despercebidas. No beija-flor que se aproxima de nós, no bem-te-vi que nos acorda e nas borboletas que nos acompanha nos caminhos matutinos. E a gente pisa no chão da vida com muita calma pra não espantar o amor de quem ainda não amadureceu
  Sorvete Colorido   Criança pinta o 7 Na borda do tapete que voa Quer cachorro latindo Gato miando Passarinho voando Pintinho piando Criança quer sorvete colorido E colorir o céu com fitas de cetim Fitinhas cor de rosa Fitinhas azul anil Criança quer sorvete sabor de Brasil!   Alyne Costa
  Filtros Recomendados Ainda que alguns maldigam a vida e não tenham nenhuma espécie de fé ou ternura, ainda habita em mim algum grau de esperança. Esperança numa espécie de gente que abençoe o nascer do dia e o pôr do sol. Que já viveu o suficiente para saber que nada é para sempre e que a brevidade da vida requer exames de consciência e mudança de atitude posto que nos bailes da vida, as vezes dança-se uma valsa e as vezes um rock. Um dia me disseram que apenas o que sofreram demais, os que se indignam perante mentiras e injustiças são capazes de fazer arte. Há tempos perdi esperança na justiça dos homens (sem dúvidas, não estou só nessa peleja). Sinto uma absurda necessidade de estar só, para rabiscar meus poemas, e transmutar minhas dores em algo que somente quem sente entende. Vivemos num mundo absurdo de consumo desenfreado. Enquanto a Terra derrete e leva junto a ética e o Amor. Enquanto as pessoas precisam de aprovação de outras pessoas, reféns da aprovaçã...
  Fofoca mata Fofoca maltrata Fofoca é ingrata Fofoca é chibata Fofoca não tem bicho de estimação Fofoca não vê sinal Não sabe andar a pé na contramão Fofoca é mãe do boato Boato não mata rato É coisa de língua de trapo.   Alyne Costa, 23/09/2024
  A lição da Lúcia Helena Galvão Hoje depois de breves leituras e conversas matinais, depois de ter perdido um colega que deixou um bom legado em minha memória, me veio um vídeo da Lúcia Helena Galvão discorrendo sobre uma frase que diz que a gente deve se certificar se está somando na vida das pessoas com quem convivemos e que, se assim for, quando daqui partirmos e isso é inevitável, fizemos a diferença, tornamos o mundo melhor com a nossa existência. Se não estamos somando, precisamos refletir porque alguma coisa está errada. Depois de uma dose de filosofia que recebi de um amigo me veio à mente uma frase da Yoko Ono: “Droga é o segundo copo de água quando o primeiro já matou sua sede.” Tudo, absolutamente tudo em excesso, é droga e é fruto de algum desequilíbrio (sem adentrar na psicologia porque ciência muito novinha e que não tenho intimidade, apesar de precisar e ser necessária na minha vida tão cheia de percalço), que talvez as religiões compreendam melhor do que eu...
  Fissura Costumo me rasgar por inteira Se amo, me doo, contemplação da vida O Amor, maestria dos afetos Razão para o viver de muitos Me faz plena de verdade Sou gueixa cálida atormentada Não sigo regras, nem manuais Meu amor é unido à minha alma Mas quando esqueço Não uso conta gotas De imediato... Parto em viagem para outras... Alyne Costa, 22/09/2024
  Os ditados da minha mãe Começando o dia me veio à mente uma frase meio clichê... “Quando se fecha uma porta, se abre uma janela...” Trazendo à tona a questão da saúde (em sentido amplo – men sana in corpore sano), vamos ver o cardápio do dia... Ante as situações da vida, nos cabe escolher que emoções sentir, óbvio que não temos o controle delas, mas podemos trabalhar sobre as quais cultivar. O mundo, segundo Cartola, é um moinho e tritura os sonhos tão mesquinhos, mas ora Cartola, tritura os de quem deixa triturar... De quem não se reinventa, de quem não luta, de quem não enfrenta, de quem faz as escolhas erradas. Minha mãe usava sempre a frase: - A vida é um sutian, quem quiser que meta os peitos! E eu sempre meti os os meus, porque a dor muitas vezes faz parte do processo, a priori, a dor é parte precípua do processo e, se não fosse a dor e os sonhos, não sairíamos do lugar, de tal forma que o desespero ou nos mata ou nos salva e isso é questão de escolha. No pro...
  Ouvindo passarinhos   Somos passionais Mar turbulento, curva do vento Somos sensíveis E, muitas vezes, incríveis... Tem muita coisa difícil, mas a vida pode ser mais leve... Como algodão doce, sorvete, queijo coalho com melaço de cana Vamos juntos e com esperança nos olhos e nos sonhos Que, paulatinamente, reconstruímos os afetos que se perderam Mas em nossos sonhos repletos de amores Utopias nunca cederam.   Alyne Costa, 19/09/20024
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Maria Maria cosmopolita, cidadã da vida Fez um caminho de murtas por onde transita ao findar da tarde Maria, artista de tantas artes que a vida oferece Lapida ternuras em tantos deleites Maria não faz caso nenhum de enfeites Corta o cabelo, pinta e tá bom Maria destemida, não teme nada da vida Maria que planta, desenha, pinta suas flores Que achou o metrô de Salvador um luxo! De um peito terno de doces amores. E que fecha os olhos e ouve: “Hoje eu quero a rosa mais linda que houver para enfeitar a noite do meu bem...”   Alyne Costa, 11/07/2027    
  Dia de Vitória   Hoje eu amanheci com uma dúvida terrível... Coisas de envelhecente... Não sei faço uma nova graduação... Letras? Decoração? Se faço um curso de corte e costura, crochê, sei lá mais o que... Se pinto ou se bordo. Se ouço Betânia pra não perder o Tom. Decidi não fazer porra nenhuma. Vou ouvir Alexandre que é Leão! Já que não posso ir pro Barradão!   Alyne Costa, 07/07/2024  
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  Imperfeita Moro nas minhas imperfeições Me reconstruo no cotidiano Muda faço revolução Se grito, crio um mundo...   Alyne Costa, 03/07/2024
  Adélia, a mulher que Drummond presenteou o mundo... Ontem soube da notícia da premiação do prêmio Camões pela mulher brasileira, mineira de Divinópolis, Adélia Prado. Adélia em sua poesia transmuta o mundo. Uma tarde, sentada num café, após o trabalho, li de um gole só seu livro Bagagens. Antes eu só conhecia a poesia de Adélia por seus textos publicados no Jornal da Poesia e, nossa, Adélia é uma centelha divina sobre a face da Terra. Sua poesia nos pincela a alma. Drummond, o gauche, revelou Adélia ao mundo. Certa ocasião, quando lancei 29 Fragmentos, mandei um exemplar à minha professora de Literarura do então 2º grau, Madalena Ferreira, através de minha tia Valda, a pró Valdinha de muitos de vocês. Eu, muito envergonhada, porque sou tímida de doer, não tive como agradecer a Madalena de quem fui monitora no 3º ano por tanto e talvez, porque a vida é muito curta, não tenha a oportunidade de dizer o quanto ela foi importante na minha vida e na de tantos outros sensíve...
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  Do Jasmim ao Alecrim   Que todo amor Brote feito flor Com aroma e com sabor De paz como o Jasmim Perfumado como Alecrim.   Alyne Costa, 26/06/2024
Passional   Sou bicho do mato Quando cismo, minha alma entra em rebuliço Tenho angústias intraduzíveis Tenho coisas demais, mas não amo coisas Não quero excessos, nem sobras Quero a partilha do trigo Sei amar e me entrego por inteira, toda alma e coração Recomeçar quantas vezes for preciso A vida nos traz lutas e alguns momentos de paz... Mundo em guerra, em caos, em dor... Quero falar de amor Como se ora Porque em   tempo de guerra (são tantas e de tão diferentes montantes) Só ele Só o Amor é Sagrado.   Alyne Costa, 24/06/2024    
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  Gerânios Repare bem que as flores trazem sentimento Vivem cada qual o seu tempo Cada uma o próprio momento Representando a vida Uma partida Um novo amor Um alívio na dor Tia Afra tinha Gerânios espalhados por toda a casa Era uma coisa que parecia a extensão de sua alma As almofadas bordadas, pareciam habitar contos de fadas... As espreguiçadeiras, a cadeira de balanço... Sua pele alva e seus finos cabelos e aquele perfume gostoso De quem sabia viver...   Alyne Costa, 22/06/2024    
  “O que a vida quer da gente é coragem.” Guimarães Rosa Se a vida fosse uma lagoa calma, que graça teria? O que aprenderíamos com o decurso dos dias? Em Sidarta, Herman Hesse, compara a vida a um rio. Um rio nunca é o mesmo, assim como as marés, mudam incessantemente, a natureza ensina, ensina de diferentes formas, com a chuva que cai, lavando a terra, com o sol que aquece e nos banha de luz, com a lua, em suas múltiplas fases, cada uma nos dando diferentes lições de adaptação. Cataclismas também ensinam, se tivéssemos escutado o cacique Seatle que afirmava que “Tudo que fere a terra, fere os filhos da Terra.”, não estaríamos vivenciando tantos desastres ambientais em esfera mundial. Agora, paciência, temos que nos adaptar, viver cada dia como um novo e ao mesmo tempo o último, posto que a vida é feita de ciclos, os dias nascem e morrem e cada um deles é um ciclo em que precisamos nos doar e criarmos em torno de nós amorosidade e bem querer. Quando eu era criança, meu ...
 https://www.aldeianago.com.br/nossos-baianos/34638-2024-06-18-08-12-56
  Doidinha por você Quando te vejo me vem frio na barriga Vivo sonhando em ter você perto de mim E no meu sonho tudo é muito mais bonito Dá um frio no umbigo, um baticum no coração Já tem um tempo que te espero em minha vida E esse olhar de algodão doce verde Me deixa zonza e toda siligristida Olha menino eu vou roubar você pra mim Olha menino eu vou roubar você pra mim Olha menino eu vou roubar você pra mim Alyne Costa, 15/06/2024    
  Lara, a filha de Flávio José Hoje cedinho, após abrir o “minutos de sabedoria”, fui presenteada com um vídeo maravilhoso: Lara, filha do meu ídolo Flávio José, na maior simplicidade do mundo e também, na maior das belezuras, de havaianas, tocando sanfona, inicialmente um dos hinos da minha vida: Tareco e Mariola. Postei o vídeo e fui papear com Ana Nery minha amiga que me comentou que as havaianas eram seu “sapato preferido” e é o meu também... A vez mais recente que me encontrei com Ana Nery, já faz alguns anos, fomos almoçar na Cantina da Lua, depois passeamos no Pelourinho e a palhetada fez um calo, Nery me sugeriu comprar havaianas, à época bem baratinhas... Adquirí lá mesmo no Pelô e fomos pro Santo Antonio, eu de havaianas, após Nery comprar seu rapé. Eu, como meu falecido tio Anísio, adoro rapé... Essa minha amiga Ana Nery é muito iluminada e é sempre vibe boa e bom presságio quando ela aparece. Prosseguindo, pense numa moça linda e uma sanfona, mas Sr. Flávio ...
  Engraçadinha Eu sou muito engraçada... Uma amiga muito querida, uma que eu amo muito, ri muito de mim, quase tudo que eu falo ela cai na gargalhada das minhas insanidades. Só que eu tô cansada de ser engraçadinha, de ajudar a humanidade e, desculpem, sem esperança. Agora eu aprendi a ser séria. Alyne Costa, 12/06/2024
  O dia em que perdi meu filho Foi o dia mais triste da minha vida. Foi ontem cedo. Ele chegou e estava vestindo uma bermuda que comprei no mercado livre pra ele. Aliás comprei várias bermudas porque estava cansada de vê-lo usando roupas usadas dos outros. A mim e meu filho sempre nos deram sobras. Ainda no meu útero me pediram para abortá-lo e eu disse não porque achei que aquele amor que eu sentia por ele merecia ao menos ver a luz do sol e sentir a brisa da vida. Eu passei o dia chorando, lembrando da primeira semana que ele passou no exército, do tempo que morávamos no Bairro das Flores em Brumado. Eu sei, porque toda mãe sabe, quem o fez sofrer, quem o fez chorar... O Barba Azul não conseguindo me destruir com sua astúcia feroz e vil, matou meu filho, vivia falando mal dele pelo bairro afora, nos caixas da Perini, na barraquinha de meu primo lá em Brotas. Colocou-lhe, perversamente, o apelido de Serapião. O dia mais triste foi quando fomos para Vitória de carro e...
  “Indecente é não ter Direitos!” Essa foi a frase que li hoje perto do meio dia, quando fui ao mercadinho comprar algo para preparar o almoço do Domingo. Estar na bag de uma entregadora de aplicativo, uma moça bonita com capacete e cabelos longos, quando li a frase que me chamou imediatamente a atenção, falei: - Ei, moça, gostei da frase da sua bag! Ela, com um pacote na mão que parecia uma embalagem de presente me respondeu: - Ah, é isso aí! Obrigada, tamo junto! Segui meu caminho e gritei pra ela: -Tamo juntas! Eu concordo ipsi literis com a frase, é exatamente isso! “INDECENTE É NÃO TER DIREITOS!” E   isso vale pra qualquer coisa, qualquer direito, seja ele dos fundamentais previsto no art. 5 da CF, passando pela Maria da Penha e indo ao direito ao cumprimento das leis penas em ambientes salubres e adequados à dignidade da pessoa humana. Esse rótulo de “indecente” usado pra um tamanho de saia ou para um simples cruzar de pernas, é um atentado à liberdade, di...
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 Imagem: O Caminho do Jardim Monet Saudade   Por você eu daria um beijo de Klimt Daria um grito de Murph Bailaria A Dança de Matisse Ergueria um templo e um Jardim de Monet Talvez por ter me negado a vida estar a seu alcance Eu, despida e perfumada, apenas dance É que você insiste em habitar no planeta dos meus sonhos Como se eu fosse um anel e você, Saturno E sigo essa minha rota alterada Cheia de desejo e ternura Cultivo as lembranças mais doces E na neblina que atravessa a cidade Seu nome me acorda em forma de saudade.   Alyne Costa, 06/06/2024  
  Solstício   Quando o sol se recolhe E as lágrimas dos mártires caem do céu Meu coração se recolhe à noitinha No agasalho um fio de lã se solta Fazendo aposta com o destino Num estandarte Santo Antônio No outro São João Menino São Pedro chega mais tarde Canjica, amendoim, milho verde Licor mata a sede de amor O fole rasga pro sanfoneiro melhor E a gente se embriaga de forró.   Alyne Costa, 03/06/2024  
  Hoje varrendo a alma, descobri que não me cabem mais as sobras. Arrumando os livros alheios reencontrei no espelho passado e desejo. Só ficou quem faz parte da minha vida presente e isso é um presente! Há pessoas que são como aquele brinquedo antigo vai-e-vem... Pretérito perfeito! E há pessoas que ficaram ainda que a vida afastou. Estes são o presente eterno nas minhas lágrimas saudosas. Deus me deu gratidão. Generosidade e letra bonita. Me deu imperfeições é claro... Intempestiva, impulsiva, verdadeira além da conta! Que me caiba sempre no coração daqueles que de fato me amam de verdade. Dos que sabem que com a mesma intensidade que choro, berro com dedo em riste. É que sou amor, em fina essência... Pra quem não gosta? Paciência!   Alyne Costa, 26-05-24
  Eu hoje podia escrever sobre todas as coisas tristes que tenho visto, presenciado e sentido, mas eu escolhi me vestir de plumas como uma ave que sobrevoa as adversidades e paira serena, aceitando a ajuda dos afetos sinceros reiniciando. Na vida, inúmeras vezes, pessoas são como roupas que não nos cabem mais, sapatos que causam calos na alma e nem sempre temos como dizer o que significou, agradecer pelos momentos compartilhados, pelo aprendizado, afinal, vida é, acima de tudo, aprendizado. E vamos tocando a vila, tocando o barco, tocando a viola... E, de repente, surgem novos caminhos, novos rumos, novos olhares, novos amores e o coração que estava triste sorri. Sorri, porque essa passagem é muito breve pra tanto machucado. E a música insistente toca em nossos ouvidos, renitentes e estridentes, com a força do jovem provocativo que sonha que tem à sua disposição todo o tempo do mundo. Acontece que até as crianças viram velhos e me pergunto: Para que tudo isso? Para ...
  Entre Linhas   Se me queres conquiste-me Se duvidas detenha-me Talvez por me julgares tão ao seu alcance Me perdes nas entrelinhas   Alyne Costa, 18/05/2024
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Quintal O quintal da minha avó não tinha nobreza, tinha singeleza Uma laranjeira que teimava em não dar frutos Uma figueira que fornecia maravilhosos figos Um pé de pinha que todos namoravam E tinha um abacateiro que reinava, soberano Naquele tempo, por ali quase não haviam flores Apenas boas noites que sorriam serenas Todas as horas do dia   Alyne Costa, 07-05-2024   Quintal O quintal da minha avó não tinha nobreza, tinha singeleza Uma laranjeira que teimava em não dar frutos Uma figueira que fornecia maravilhosos figos Um pé de pinha que todos namoravam E tinha um abacateiro que reinava, soberano Naquele tempo, por ali quase não haviam flores Apenas boas noites que sorriam serenas Todas as horas do dia   Alyne Costa, 07-05-2024
  Advogado e Bacharel Vou aproveitar a insônia e esclarecer uma coisa... As pessoas acham que todos os formados em Direito são advogados, não é bem assim. Graduado, formado, vira bacharel, se aprovado no exame da OAB, tirar a carteira e partir para defender causas, exercer a advocacia, vira, aí sim, advogado. Esse pessoal que vocês vêem bem vestidos e de carrão por aí pelos fóruns e adjacências. Eu nunca tive vocação pra advogada, para Ariana Suassuna tinha muita, formei virei bacharela, passei em concurso e até trabalhei (a duras penas), mas meu negócio mesmo é conversar, escrever, pintar, ver filmes e gostar de gente. Suassuna também ia ser advogado, pode pesquisar que vocês vão ver a bagaceira. Agora eu sou aposentada, graças a Deus. A melhor profissão do mundo, aposentado não pode fazer nada, nem favor. Então agora quando perguntam minha profissão eu encho o peito e fato: -Aposentada! E as cortinas se fecham, ninguém fala mais nada. Quando eu era Secretária Desig...
  “Existem pessoas que são como a cana, mesmo reduzidas a bagaço só fornecem doçura.” Dom Helder Certa ocasião eu viajava de volta para Salvador e ao meu lado no ônibus vinha um jovem de aproximadamente 23 anos, ele lia um livro de Augusto Cury e enquanto travávamos uma conversa leve e despretensiosa ele me mostrou uma gravura e me perguntou o que eu via, respondi que via uma velha, e ele insistiu... - Olhe de novo! Respondi, como num lampejo: -Vejo uma moça mordendo uma maçã! Ele guardou a gravura me olhou com um sorriso jovial, quase angélico e me disse que poucas pessoas conseguiam ver as duas imagens. Era um jovem adventista e ia para Recife, ainda muito jovem viajava dando palestras, sua presença era cheia de paz e ternura e no final da viagem ele pediu que eu entregasse um dvd a um amigo que iria me procurar. Hoje depois que escrevi um poema sobre um barba azul, um amigo das antigas me perguntou quanto de mim havia naquele poema, eu fiquei sem condições de explic...
  Amor no Café   Por onde meus pés pisarem Levarei lembranças e buscarei fragâncias O cheiro da vida quando a terra molha O cheiro do café sorvendo na boca O cheiro da lavanda infantil depois do banho Vida também tem perfume O suor do homem que ainda não amei Tudo isso é cheiro da vida e traz esperança Lí em algum lugar que a volta da vida é grande Como grande é o sonho e o dom de amar A gente jura que não quer nunca mais Mas o amor chega na fronteira de todos os desencantos e faz rebuliço A gente sobrevive sem qualquer coisa, Mas ninguém vive sem amor... Amor, no café, por favor.   Alyne Costa, 04/05/2024  
  O Canivete do Barba Azul   Havia um tempo em que as lembranças eram doces E tinha a sutileza de campos floridos Das crianças e seus alaridos Havia um tempo em que eu me permitia amar E sonhava com uma casinha branca de portas azuis e sonhos nas janelas Mas meus sonhos não envelheceram comigo Foram todos sepultados pelo barba azul Eu, na minha tolice fazia mimos no barba azul... Cuidava até mesmo da sua gripe Nada importa mais Tampouco a eternidade das dívidas O que importa mesmo é que o barba azul com sua impiedade esperta Arrancou meu coração com seu canivete suíço.   Alyne Costa, 4/05/24  
  Não me pegue, não me toque   Quando meu filho era ainda um bebê eu comprei naqueles livreiros que existiam vendendo de porta em porta, uma caixinha com alguns livrinhos da Disney e lia para ele durante as noites, antes de dormir. Um desses livros contava a história de Bambi e, numas das passagens, era dito pela mãe do personagem: “Se não tiver uma coisa boa para dizer, não diga nada.” Eu peguei essa máxima para mim, por muito tempo, e, como também havia lido emprestado de Sandrinha, minha colega, Pollyana Menina e Pollyana Moça, vivi com esse complexo por muitos anos. Sempre vendo o lado bom das coisas, o lado positivo das pessoas, talvez também aquela base cristã que me fazia acreditar que o bem que se faz, apaga-se o mal que se fez. Certa ocasião, falei para um carinha que eu gostava sobre a “filosofria” do livrinho de Bambi, ele me disse: “ – Cuidado com essas histórias de Bambi, olhe para onde seu filho vai!” Isso não importa, para onde quer que meu filho vá...
  Exaustão   Sabe cansaço? Cansaço de existir? Pensar, escolher, falar, sentir... Tudo isso cansa. E tudo cansa. Mas cansada de que? Cansada das treitas da vida. Cansada de ver as máscaras se dissolvendo na chuva. Das estradas e das curvas que a vida nos faz. E essa vida feita de urgência nos rouba os momentos. Aqueles momentinhos mágicos de felicidade que não volta mais. Sentimento é rio perene e a gente que aprende a cor e a dor do amor. Muda de cor. Sente o sabor da flor viril que a poesia não abriga nem pede arrego. E se tiver que morrer, que não seja de medo!   Alyne Costa, 20/04/2024
  A solidão compõe a minha face e ela me é genuinamente necessária como a água ao sedento. Pessoas passearam por minha vida e traçaram seus desenhos com tintas do absurdo. Algumas me fizeram felizes, outras apenas se divertiram. Não sei se já amei, também não sei se o amor existe. Decerto, minha alma esfarrapada não precise mais dessas ilusões. A morte que a cada dia é mais próxima me é um íntimo mistério e como morre-se nesses dias. As gavetas que tento arrumar denunciam fraudes e mentiras... O absurdo do mais incrível mora nas gavetas das almas dos que heroicamente mentem. Teses, antíteses, enredos, emaranhados de medos e mentiras. Queria ter força, sorrir, acreditar... Meus olhos marejam saudades da minha inocência. Os ébrios das madrugadas sobrevivem... Só minhas pequenas flores morreram.   Alyne Costa, 13/04/2024
  A vida e o tempo cuidaram de me mostrar que amigos são raros Poucos e lançados num pote de segredos Guardo cada um nas paisagens intensas da minha memória Cada um com sua fragrância de amor e desespero Quero-os sempre, na medida exata de que não me pertencem Livres e para sempre bem abrigados Eles sabem a intensidade do brilho das minhas pupilas Quando amo Quando quero ficar só Quando traço meu caminho rabiscado no infinito das minhas buscas e angústias Para eles, jamais saberei quem sou Para mim, o mais precioso tesouro da vida Doída Repartida Sentida Dividida   Alyne Costa, 03/04/2024  
  Acordando entre Dali e Picasso Hoje após o café recebi uma gravura de Salvador Dali e Pablo Picasso, cada um em seu devido cavalete, observando um ovo. Reconheci Dali pelo bigode, embora nada sabia sobre a vida dele, já Picasso eu não reconheci, apesar de ter me chamado atenção as figuras geométricas. Eu sabia sobre Picasso das aulas sobre Cubismo com Madalena. Fiquei encasquetada pra saber quem era o outro artista na pintura com Dali, perguntei a uma amiga e esta me respondeu que achava que era Picasso. Juro que eu não sabia que Dali era espanhol, achava que era italiano, pois na única vez que jantei no Salvador Dali, lá no red river, comi macarrão. Eu e minhas obviedades inúteis... Pai Luis me consolou dizendo que eu não tinha obrigação de saber a nacionalidade de Dali. Daí parti pra Picasso que eu nunca havia visto uma fotografia, gente, o Picasso é careca! Vou passar o dia observando a fisionomia desses artistas... “Tic tac tic tac passa o tempo, tic tac pas...
  Domingo de páscoa. Final de feriado, cidade vazia e alguns turistas transeuntes. No banco do carro do motorista de táxi, uma toalha do Bahia anunciava a primeira partida da final do Baianão. Noutro carro estacionado mais adiante, uma toalha dos Filhos de Gandhy cobria o volante. Sol quente de 14 horas da tarde, anúncios de imóveis para venda/locação. Desço a Avenida deserta e chego em casa, ao abrir o portão avisto de longe o rapaz do pitbull. Após o final do clássico desço pro supermercado, vazio e com prateleiras cheias de produtos com preços os olhos da cara, minha cara pálida ainda se acostuma com a nova face dessa cidade ainda cheia de ritmos, mas que hoje caminha a passos tensos... Lembro de uma canção de Edson Gomes das bem antigas, tanta violência na cidade... Não há nada de novo na violência de Salvador. Talvez ela esteja mais nítida... Sigo pra fila do caixa com poucos itens na mão. Uma criança brinca com um pequeno e simples avião de plástico com gravur...
  Um poema brotou na ponta do pincel Na receita da feijoada e do sarapatel Um poema brotou porque ele ficou triste E nesse sonho a amizade resiste   Um poema brotou na lâmina e no jornal Nasceu no suave sabor do mingau Brotou na oca e no cuscuz de tapioca E nesse sonho comi uma bacia de pipoca   O poema vai continuar a brotar Enquanto a lágrima cair Ou o riso brotar   O poema vai continuar a brotar Enquanto a alma existir E não desistir de amar.   Alyne Costa, 25/03/2024
  Áudios e Vacinas   Cartas e fotografias Tatuagens na alma ou meras lembranças Rabiscos num velho caderno Receitas que eu sei de cor Salada de frutas na mesa Romeu e Julieta Outono visita os poemas de Vinicius Quero mais esse desespero que afronta meus desejos Daqui a pouco eu faço um desenho Eu e minha solidão dialogamos muito bem Apaixonei-me por um espião Colecionando moedas que dançam A bonequinha francesa na estante dança Cancun Sinto uma sede de camelo E miro a palmeira imperial ao alcance da minha janela No meu quarto sujo de pelos felinos No meu submundo habitat de traças e pequeninas aranhas Livros antigos, recortes e o áudio O áudio que eu não deletei Que ouço todas as horas porque eu preciso É urgente ter malícia Nunca se está velho demais para deveres que trazemos para casa. Cheios de suas “razões” os intelectuais vão a óperas. Os loucos? Os loucos são o tema!   Alyne Costa, 21/03/2023     ...
  O Simples e o Leve   Leve apenas o que couber no coração Troque as certezas pelas dúvidas Sabe a vida? Essa para qual todo mundo tem um manual? Ela é única e toda sua. Pertence a você: Ser Crescer Espairecer Escrever cada capítulo Dedicação? A tudo que você ama. Prioridade ao que tem reciprocidade. Aprendi num filme triste que: A vida é bela. Ria das suas varizes ou se preferir, levante as pálpebras. Escolhas te pertencem. Não seja refém das notas de rodapé. Vire a página. Viver requer coragem. O caminho como a alma dos poetas, por vezes é recheado de tristezas... E incertezas. Siga que artista nunca desce do salto em cima desse palco.   Alyne Costa, 13/03/2024
  Mulher é bicho esquisito? Mas porque às vezes ela se cala? Dia 8 de março é o dia internacional da mulher, assim é desde declarado na década de 1970. 54 anos depois, o que mudou? Bem, há 54 anos a luta inicial das mulheres era equiparação salarial aos homens, será que conquistamos isso? Muitas batalhas foram travadas, tivemos o advento da Lei Maria da Penha (mas a violência contra a mulher diminiu?), surgiu a internet e a Lei Carolina Dieckman, enfim tantas leis, novos tipos de violência passaram a ser penalizadas como a psicológica e a patrimonial. “Mulher é bicho esquisito, todo mês sangra e nem só de cama vive a mulher...” Já cantava a saudosa Rita Lee. Muita coisa mudou, a mulher ocupou seu espaço na sociedade e empoderou-se, hoje falamos em empreendorismo e a mulher negra há tempos abandonou a chapinha e faz questão de dividir a conta. Mas e a chamada rede de apoio às mulheres vítimas de violência existe de fato? E quando se mistura política, religião e otras cos...
Aninha, menina sem fita Sem doce no bolso Sem roupa bonita Sem sapato novo Sem festa, nem bolo Sem boneca estrela Sem Walt Disney Sem valsa de 15 anos Sem choro nem vela Que mais querer, Aninha? É tua toda a Primavera. Alyne Costa, poesia de 2004
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  Ah, Brasil! Esta pátria minha de alma circense... E não é que descobri na poesia de Bandeira que Catulo da Paixão Cearense Era, de fato, maranhense? Alyne Costa, poesia de 2004
  Ontem me visitou um beija-flor azul Eles me visitam sempre E pairam mudanças no ar Boas novas, esperança, acalanto Têm o poder de secar um pranto Não importa a rota torta O quase entupimento da aorta Eu pulei a cerca de arame farpado E me deparei com a solitude Os beija-flores podem ser anjos Seu pouso é breve como a vida Seu canto o idioma de Deus Um girassol é flor de bom destino E o alfazema perfume de bebê Mas beija-flores... Ah, os beija-flores... São asas de encantamento.   Alyne Costa, 20-02-2024
  Ousando   A gente se cansa. De vez em quando a gente não consegue nem mais erguer a cabeça. Se cansa de ser honesto e ser autêntico. A gente se cansa de ver os mesmos rostos nos noticiários justificando o que não se justifica. O mesmo modus operandi a cada quatro anos. Alianças, conchavos, alianças, conchavos, traições, mentiras, a gente se cansa. O coração fica miudinho e não há dinheiro que restaure vidas massacradas. Às vezes a vida massacra, sem dó nem piedade. A gente ri porque não tem jeito mesmo. E, de vez em quando, no meio do riso, a gente chora. A gente se agarra à fé, mas são tantas versões de religiões... A gente se encanta e se desencanta. A gente chuta o balde. A gente deixa de acreditar em dias melhores. E passa a conviver com o cinismo. Às vezes uma crueldade é tão grande que por mais que você tente sobreviver percebe que morreu um pouco. E, de tanto viver nesse reino de injustiça, a gente quer enlouquecer. A gente quer and...
  De tanto querer   Às vezes o querer bem assola a gente E brota sentimento Como flor diferente E o bem querer de não querer ver O outro sofrer, passar perrengue É querer ver o sol brilhar no coração de alguém Pelo simples fato de desejar o bem Saber pedir desculpa, sentir saudade Desejar saúde plena e não pela metade É ser vida servida num reino de intriga É saber amar em várias nuances O querer bem é mais uma chance Em cada momento: Um acolhimento Um riso intenso e interno Mesmo esperando um outono Numa alma que chora num inverno De distância, silêncio e poesia Que mora na alma de uma utopia.   Alyne Costa, 10-02-2024
  “Pega teus desejos Do corpo e Da alma E faz canção, poema, revolução.” Viviane Lucas
  Já era   Havia um tempo que eu amava e amar me bastava Bastava com bastam os pequenos raios de sol Aqueles que adentram as persianas e fazem festa na janela Havia um tempo que eu amava e queria rechear a vida Como se a vida fosse um bolo de aniversário Daqueles bem antigos e confeitados Mas quis a vida que eu abrisse mão do que não cabia mais em meus braços E, fez da minha alma esse ser manco, travesso e consciente Ciente que um pé atrás não é ser refém da desconfiança A vida fez tanta lambança nesses meus poucos anos Foram tantos planos e tantos desenganos que confesso a vocês Meu coração? Meu coração já era! Alyne Costa 04/02/2024
 Clã Destinos  Clandestinos  Cala Desatino  Se atino:  Um Hino. Alyne Costa, 31-01-2024
 Arde a minha pele Se chove eu me molho Escorre em minhas veias um tilintar de desejo Tiro a roupa, rogo um beijo E, entre canções e lamentos Há pontes entre dúvidas e caminhos Sinto seu toque e seu cheiro Te espero... Te quero... Me esmero... Com as luzes todas acesas. Arrepios na sobremesa. Alyne Costa, 27/01/2024
 Cinza Sim, há dias tristes Nescessário vivê-los Sem cobertura e ao tempo Há os sinais, as rugas, e as cicatrizes Que não obliteram incertezas Não faço caso algum da velhice Que, timidamente, chega Respeito-a com a dignidade de quem sofreu E o reconhecimento de que também fez sofrer Feito bicho estranho, roto, morto Estico-me num cortume Os meus segredos são meus Crio versões, suturo receios Não quero vida a conta-gotas Quero a solidão das detentas, das castas e das freiras Quero o silêncio do badalar dos sinos A delícia dos hinos, mas se fui nômada feito estrela andarilha Hoje quero o porto seguro no meu coração já maduro. Alyne |Costa, 24/01/2024
  Janeiros Esse sol que salga as minhas palavras Esse sabor de limonada Esse cheiro de sorvete e essa imensa alegria: De viver Torcer Tomar sorvete Derreter de desejo Um sonho, um beijo, outro beijo, mais desejo A orfandade me acolheu cedo E tantos amores nascidos em janeiro de breves e lânguidos fizeram-me lenta E janeiro esquenta A pele A panela A tinta amarela E o grande barato da vida é te ver da janela.   Alyne Costa, 14/01/2024
  A minha casa, o namorado secreto e o valor do rótulo (primeiríssimas impressões) 2024 começou com tudo, dando lições e muita vontade de viver. Primeira lição: Nâo dê a qualquer pessoa a oportunidade de te visitar, a não ser que seja um amigo ou amiga de mil anos e que te conhece do passado, do presente, ou seja, que saiba de onde você veio e percorreu algumas trilhas com você. Mesmo que sua casa esteja um brinco, com tudo impecável e nos devidos lugares, não dê a qualquer um a oportunidade de entrar em sua casa, a sua casa é seu templo e a pessoa por que razão sei lá não vai nem ver a tela caríssima, a jóia antiga que você tem na parede, a pessoa vai se achar no direito de dizer o que ela quiser, o que ouviu num telefone sem fio, se dar ao direito de inventar até, não dê a qualquer pessoa a oportunidade de entrar em sua casa... Para isso surgiram os salões de festas e salas de jogos, blergh, é verdade, sua casa é seu templo e nela só deve entrar quem vc ama a ponto de divid...